Páginas

18 novembro, 2009

EduAction

Já faz mais de um ano que venho tendo contato direto com pessoas de outros países falantes de outras línguas. Nesse tempo, o que aprendi através de diversas experiências é imensurável. Fiz intercâmbio, fui para uma cidade muito cosmopolita repleta de gente de tudo quanto é lugar, entrei para uma organização que recebe intercambistas, fiquei amiga de gente por todo o mundo, conheci pessoas que fizeram viagens para os lugares mais inusitados do planeta, conheço o processo de tirar visto para um grande número de países, conheço o processo aéreo, trabalho numa empresa especializada no meu país de intercâmbio e por fim, morei com uma estudante estrangeira.

Talvez, de fato, eu estaja me especializando numa área que, embora eu me interesse demais, não é no que pretendo trabalhar ou viver o resto da minha vida fazendo. Intercâmbio cultural - ou qualquer nome que queira dar à experiência no exterior - desde a parte técnica até o que concerne o emocional do ser humano, só tem a acrescentar em nossas vidas. Por isso, hoje resolvi postar sobre o projeto na qual a Maris, a estoniana que venho recebendo em minha casa por 4 meses, participou e que foi idealizado pela AIESEC, realizado em conjunto com o Instituto Gerdau.

Apenas em 2009, o EduAction, idealizado desde 2007, conseguiu ser efetivado. O projeto consiste, consistiu e consistirá na vinda de estudantes estrangeiros para Porto Alegre (e a partir de 2010, em todo o Brasil) para darem aulas em escolas públicas vinculadas ao Instituto Gerdau. O objetivo do projeto é fornecer para as crianças e jovens estudantes uma oportunidade de viver essa interculturalidade, permitindo que tenham essa experiência sem sair da sala de aula.

Foi quando vieram 4 trainees que assumiriam então a função de professores desses jovens. Bogdan, da Romênia, Luís, da Colômbia, Maris, da Estônia e Roma da Polônia, são os trainees que estão terminando hoje, sua jornada dentro do projeto. As aulas que eles deram variaram entre a diversidade cultural e responsabilidade social. Eram aulas que buscavam mostrar a eles um panorama de realidade diferente do que estavam acostumados, mostrar que eles tem oportunidade de crescer tanto profissionalmente quanto como pessoas.

Houveram diversos empecilhos durante esse semestre, a começar pelo atraso no início das aulas em função da gripe suína. Depois houveram as aulas de português, que nós, membros da AIESEC demos à eles. As aulas de português eram necessárias, porque eles não poderiam se comunicar em inglês com as crianças e jovens. Além disso, uma das três escolas não tinha muitos recursos, tampouco os professores se interessaram por dar apoio moral e logístico ao projeto.

Na realidade este último era o pior dos problema. Nessa escola, os professores se mostravam negligentes tanto para os trainees quanto para os estudantes no momento em que não os motivavam no que se tratava das aulas dos intercambistas. Mesmo assim, eles - sendo três deles europeus e nem um pouco acostumados com esse tipo de baixa qualidade na educação e menos ainda com a falta de respeito recíproca que pode existir numa sala de aula - se esforçaram muito, procurando manter todos focados e atentos, utilizando os recursos disponíveis na escola.

Empecilhos haviam muitos, mas se não houvessem, talvez a experiência deles não tivesse sido tão enriquecedora e completa. As crianças nunca deixaram de demonstrar gratidão e carinho aos estudantes estrangeiros, provando que as aulas foram efetivas e que realmente contribuíram para o seu crescimento. E esse crescimento foi mútuo. Se para as criança, ter professores de outros países agregou muito, para os intercambistas foi simplesmente um crescimento sem igual. Dar aulas em outra língua, num país diferente, e com todas as circuntâncias já citadas, eles atingiram seu objetivo e causaram um ipacto muito positivo nessas três escolas.

Nesses momentos fico feliz em fazer parte de uma organização como a AIESEC e espero continuar a acompanhar situações como essa. Eu, como host da estoniana, tive talvez uma visão mais de perto de todo o projeto, e isso, até mesmo para mim, me serviu de exemplo e me trouxe um crescimento tanto profissional quanto pessoal.

Para terminar, gostaria de dizer que a Maris foi embora esse domingo passado. Ela pode ter certeza que deixou saudade em toda a família, especialmente em mim.

Para conhecer mais sobre o Eduaction, recomendo que acessem esses dois links abaixo, onde foi publicada uma matéria no Correio do Povo, e uma entrevista com os trainees na TVE.

http://www.youtube.com/watch?v=2rhsHi-jGps
http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=2&Caderno=0&Noticia=35525

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Laura!


Aqui é o Douglas (do Instituto Gerdau e alumni da @PA!


Gostei de ler o teu post! com certeza o projeto é muito show e todos vamos sentir falta dos 4 trainees, eles são pessoas muito especiais!


Abraços @cos

Doug!

WindMill disse...

Oi Laura,

I don't remember when I read such a long text in Portuguese:). It was great to see how passionate AIESEC PoA can be! Thanx for the last week especially.

Com Saudade
Rom